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Estado de Minas

Onda de protestos na Síria deixa vários mortos


postado em 25/03/2011 22:57

Vários manifestantes foram mortos nesta sexta-feira em protestos que se estenderam a diversas cidades da Síria, apesar do anúncio feito pelas autoridades de medidas sem precedentes de democratização, segundo ativistas dos Direitos Humano e testemunhas.

O anúncio do governo prevendo uma possível anulação do estado de emergência, medidas de combate à corrupção, libertações de opositores, além de um aumento dos salários dos funcionários, não parece ter acalmado a onda de contestação popular ao regime autoritário no poder há 40 anos.

Na cidade de Sanamein, no sul do país, dez pessoas morreram durante confrontos com as forças de segurança, revelou à AFP um funcionário sírio de alto escalão que preferiu não ter o nome divulgado.

"Dez pessoas foram mortas hoje em confrontos em Sanamen", afirmou o oficial, sem dar mais detalhes.

Um ativista em Daraa, epicentro dos protestos na Síria, disse que ao menos 17 pessoas morreram em Sanamen quando forças de segurança abriram fogo.

Os protestos continuam em Deraa - onde mais de cem pessoas foram mortas desde 18 de março - Daael, na capital Damasco, em Banias e em Hama, segundo ativistas dos Direitos Humanos e correspondentes da AFP.

Vídeos no Youtube mostraram também manifestações em Homs, a nordeste de Damasco, e em Lattaquieh, enquanto que uma página do Facebook indicou protestos em Deir el-Zor e em Raqa (nordeste).

Um militante revelou que as forças de segurança atiraram contra manifestantes que estavam reunidos no centro de Deraa, próximo à casa do governador destituído. "Houve vítimas".

As forças abriram fogo no momento em que manifestantes rasgaram uma imagem do presidente Bachar al-Assad e tentaram derrubar uma estátua de seu pai, o ex-presidente Hafez al-Assad, segundo o militante, que afirmou que havia mais de 10.000 manifestantes.

De acordo com um morador, na saída da mesquita Al-Omari em Deraa os manifestantes bradavam lemas hostis ao regime.

Os militantes dos Direitos Humanos informaram 100 mortos na quarta-feira durante manifestações em Deraa, uma cidade agrícola de 75.000 habitantes.

Neste "Dia da Dignidade" lançado no Facebook, centenas de pessoas protestaram em Damasco após as orações na mesquita dos Oméias. Elas protestaram bradando "Deraa é a Síria", "Deus, Síria, liberdade e isso é tudo".

Os manifestantes passaram por partidários do regime, que respondiam: "Com nosso sangue e nossa alma, nós nos sacrificaremos por Bachar" al-Assad.

Uma jornalista da AFP viu pelo menos cinco manifestantes detidos por policiais à paisana.

Segundo uma testemunha, 200 pessoas também realizavam uma passeata na véspera na cidade de Damasco antes de serem dispersadas violentamente pela polícia. Ela indicou ter visto um manifestante sendo interpelado e uma manifestante puxada pelos cabelos.

No sul, em Daael, 30 km ao norte de Deraa, 300 pessoas exibindo bandeiras sírias, gritavam "Daael e Deraa não se deixarão humilhar".

Segundo as associações de Direitos Humanos, 3.000 pessoas protestaram em Banias, 250 a noroeste de Damasco, e centenas realizaram em Hama, onde uma revolta dos Irmãos Muçulmanos terminou em banho de sangue nos anos 1980.

Em uma comunidade no Facebook, "a União da Juventude síria" pediu "a demissão de Bachar al-Assad e de membros de seu regime" e a instauração de um "governo de transição formado pelo povo".

O jornal do partido no poder, o Al-Baas, divulgou fotos manifestações pró-Assad, assegurando que uma "nuvem passageira passou, mas a Síria mostrou sua vontade de superar a crise".


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