O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, se ofereceu para mediar entre o ditador líbio, Muamar Kadafi, e a rebelião para evitar que o país se transforme em um "segundo Iraque" ou "outro Afeganistão", em uma entrevista publicada no jornal britânico The Guardian.
Se as duas partes desejarem, Ancara "tomará as medidas necessárias" para desempenhar um papel de mediadora com apoio da Otan, da Liga Árabe e da União Africana, destacou Erdogan.
Erdogan disse ter conversado com o primeiro-ministro líbio após o início dos bombardeios internacionais, enquanto o ministro turco das Relações Exteriores mantém contatos com a rebelião estabelecida em Benghazi, no leste do país. "Kadafi quer um cessar-fogo, isto é o que saiu das conversações com o primeiro-ministro (líbio), mas é importante que isto amadureça", declarou Erdogan. "Mas o coronel Kadafi tem que dar alguma garantia às forças da Otan a partir de agora se quiser deter o derramamento de sangue na Líbia", disse, antes de mecionar o fantasma do Iraque.
"O papel da Turquia será retirar-se da Líbia o mais rápido possível e restaurar a unidade e a integridade do país, com base nas exigências democráticas da população", completou Erdogan.
Turquia, país muçulmano da Otan e importante ator diplomático da região, condenou os ataques aéreos da coalizão internacional sobre a Líbia, afirmando que "nunca apontaria uma arma contra o povo líbio".
Ancara aceitou, no entanto, enviar sob o comando da Otan navios de guerra às proximidades da costa líbia para fazer respeitar o embargo de armas. A Turquia também recebe feridos líbios.