O número de imigrantes que estão na Ilha italiana de Lampedusa já supera o número total de habitantes, gerando ainda mais tensão no local - que vem recebendo um grande fluxo de africanos nos últimos meses e tem estrutura limitada para lidar com tantas pessoas.
Estima-se que seis mil imigrantes que buscam chegar à Europa estão na ilha no Mar Mediterrâneo, no qual os habitantes são cerca de cinco mil.
Até agora, a maioria dos imigrantes eram tunisianos, mas já há também muitos de origem somali e eritreia que tentam fugir da violência na Líbia e em outros países africanos.
Dezenas dos imigrantes estão acampados em barracas improvisadas, espalhadas pela ilha, pois o abrigo de Lampedusa só tem capacidade para 800 pessoas.
A lotação é tamanha que um barco com imigrantes teve que ser levado até Linosa, uma ilha ainda menor 50 quilômetros ao norte.
Pescadores
Nesta segunda-feira os pescadores da ilha usaram os barcos para bloquear a entrada da baía de Lampedusa, um ato simbólico, mas que conseguiu aplausos dos moradores da ilha reunidos no cais.
Moradoras da ilha também protestaram virando latas de lixo e insultando os imigrantes acampados em Lampedusa, de acordo com o correspondente da BBC em Roma David Willey.
Desde janeiro, pelo menos 19 mil pessoas chegaram à Itália vindas da África, muitos desembarcando em Lampedusa. A maioria deles já foi encaminhada para outros lugares da Itália.
A ilha, cuja economia é baseada no turismo e na pesca, fica a menos de cem quilômetros da costa do norte da África. Os moradores dizem que o fluxo de imigrantes afastou os turistas.
O governo italiano já pediu ajuda da União Europeia para lidar com o problema.
Preocupado com o risco de epidemias, o governo enviou à ilha inspetores para analisar as condições de higiene em que os imigrantes vem sendo mantidos.
O ministro do Interior, Roberto Maroni, disse que, devido à gravidade da situação, o país pode ser obrigado a repatriar à força imigrantes tunisianos que chegarem ao país.