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Estado de Minas

Número de imigrantes africanos em ilha italiana já supera o de habitantes


postado em 28/03/2011 16:59



Homem em barco gesticula para candidatos a imigrante nesta segunda-feira, em Lampedusa (foto: AFP PHOTO / ALBERTO PIZZOLI )
Homem em barco gesticula para candidatos a imigrante nesta segunda-feira, em Lampedusa (foto: AFP PHOTO / ALBERTO PIZZOLI )


O número de imigrantes que estão na Ilha italiana de Lampedusa já supera o número total de habitantes, gerando ainda mais tensão no local - que vem recebendo um grande fluxo de africanos nos últimos meses e tem estrutura limitada para lidar com tantas pessoas.

Estima-se que seis mil imigrantes que buscam chegar à Europa estão na ilha no Mar Mediterrâneo, no qual os habitantes são cerca de cinco mil.

Até agora, a maioria dos imigrantes eram tunisianos, mas já há também muitos de origem somali e eritreia que tentam fugir da violência na Líbia e em outros países africanos.

Dezenas dos imigrantes estão acampados em barracas improvisadas, espalhadas pela ilha, pois o abrigo de Lampedusa só tem capacidade para 800 pessoas.

A lotação é tamanha que um barco com imigrantes teve que ser levado até Linosa, uma ilha ainda menor 50 quilômetros ao norte.

Pescadores

Nesta segunda-feira os pescadores da ilha usaram os barcos para bloquear a entrada da baía de Lampedusa, um ato simbólico, mas que conseguiu aplausos dos moradores da ilha reunidos no cais.

Moradoras da ilha também protestaram virando latas de lixo e insultando os imigrantes acampados em Lampedusa, de acordo com o correspondente da BBC em Roma David Willey.

Desde janeiro, pelo menos 19 mil pessoas chegaram à Itália vindas da África, muitos desembarcando em Lampedusa. A maioria deles já foi encaminhada para outros lugares da Itália.

A ilha, cuja economia é baseada no turismo e na pesca, fica a menos de cem quilômetros da costa do norte da África. Os moradores dizem que o fluxo de imigrantes afastou os turistas.

O governo italiano já pediu ajuda da União Europeia para lidar com o problema.
Preocupado com o risco de epidemias, o governo enviou à ilha inspetores para analisar as condições de higiene em que os imigrantes vem sendo mantidos.

O ministro do Interior, Roberto Maroni, disse que, devido à gravidade da situação, o país pode ser obrigado a repatriar à força imigrantes tunisianos que chegarem ao país.


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