Pescadores italianos, enfurecidos com o fluxo de imigrantes norte-africanos que chegam à ilha de Lampedusa, ao sul da Sicília, tomaram nesta segunda-feira barcos dos clandestinos que estavam atracados no porto da ilha e tentaram bloquear o acesso portuário, em protesto contra a imigração ilegal.
Outros moradores da ilha jogaram lixo nas ruas, em protesto contra a chegada dos imigrantes, muitos dos quais agora fogem do conflito civil na Líbia. O governo italiano disse hoje que enviará seis navios, como capacidade para transportar até 10 mil pessoas, para a ilha até a quarta-feira. Os imigrantes serão transportados para centros de triagem na Sicília e na Itália continental.
"Basta, estamos cheios", dizia um cartaz carregado por dois manifestantes. Mais de 3 mil imigrantes chegaram a Lampedusa nos últimos três dias. A ilha possui 5 mil habitantes e vive do turismo e da pesca. Com os abrigos para imigrantes lotados, os clandestinos, muitos dos quais são tunisianos, estão dormindo em tendas montadas nos campos da ilha.
Lampedusa foi ocupada por um fluxo de quase 15 mil imigrantes desde meados de janeiro, quando uma revolução derrubou o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. A ilha fica a apenas 100 quilômetros ao leste da costa tunisina, mais perto do Norte da África que do continente europeu. As informações são da Associated Press.