Jornal Estado de Minas

EUA mobilizam aviação tática contra Kadafi

AFP
Os Estados Unidos colocaram em prática novos meios de ataque na Líbia, destinados especificamente às forças em terra do coronel Kadafi, anunciou nesta segunda-feira o Pentágono, que se defendeu de agir em apoio direto aos rebeldes. "Utilizamos os aparelhos A-10 e os AC-130 no final de semana", admitiu à imprensa um alto dirigente do Pentágono, o vice-almirante Bill Gortney, que preferiu não detalhar o tipo de alvos visados. O A-10 é um avião concebido para o apoio aéreo a curta distância, principalmente contra carros e blindados. O AC-130 "Spooky" é um aparelho de transporte modificado para o combate, adaptado com canhões de 105 mm para atingir alvos táticos em terra. Ao contrário de outros aviões empregados desde o início dos ataques, não carregam bombas teleguiadas a laser, suscetíveis de destruir centros de comando ou posições de defesa antiaérea. A contra-ofensiva rebelde vem sendo muito facilitada pelos ataques da coalizão contra as forças do coronel Muamar Kadafi. No entanto, segundo o representante do Estado-Maior das Forças Armadas americano, "não agimos em apoio direto à oposição, o que não faz parte de nosso mandato, não estando coordenados com os rebeldes". "Com tropas não muito bem organizadas e pouco sólidas", os rebeldes "beneficiam-se das ações que realizamos", admitiu porém. A resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU autoriza "todas as medidas necessárias para proteger a população", com exceção de uma ocupação do país". No plano operacional, a responsabilidade pela zona de exclusão aérea foi transmitida à Otan, mas os Estados Unidos continuam por enquanto a coordenar as missões "de ataques", ditas de proteção à população. No total, os aviões aliados efetuaram 1.602 saídas desde 19 de março e 60% delas são realizadas por aparelhos americanos. Seis mísseis Tomahawk já foram lançados contra o quartel-general da 32a brigada líbia, a mais potente das forças pró-Kadhafi; 199 mísseis cruzeiro também foram lançados, essencialmente nas primeiras horas da operação. Um dos submarinos americanos que participam da ação, o Providence, já deixou a zona de guerra, segundo o vice-almirante Gortney.