Jornal Estado de Minas

Assad diz que derrotará "complô" contra seu governo

Governo sírio estaria estudando o relaxamento de leis que governam a mídia e o sistema de partidos políticos - Foto: REUTERS/Wael Hmedan

O presidente Bashar al-Assad disse nesta quarta-feira ao Parlamento que a Síria derrotará o que chamou de "complô" contra seu país.

Foi o primeiro pronunciamento público de Assad desde o início de protestos contra seu governo, há duas semanas. "A Síria é alvo de um grande complô vindo de fora, o ritmo, o formato, vem sendo acelerado", disse ele. Segundo ele os manifestantes foram "ludibriadas" para sair às ruas. Mais de 60 pessoas morreram em protestos violentos que começaram na cidade sulista de Deraa.

Assad deve anunciar a suspensão de um estado de emergência que vigora no país pelos últimos 50 anos. Na terça-feira, o gabinete do país pediu demissão e enormes multidões saíram às ruas para apoiar Assad. Havia relatos de que as manifestações tinham sido mobilizadas pelo governo. Integrantes de sindicatos controlados pelo partido governista Baath disseram que receberam ordens de participar dos comícios.

Um novo gabinete - que desempenhará o papel de implementar reformas - deve ser nomeado até o fim da semana.

Encruzilhada

Sob a lei de emergência em vigor, forças de segurança têm poderes de prisão e detenção sem necessidade de um mandato judicial.

O governo sírio estaria estudando o relaxamento de leis que governam a mídia e o sistema de partidos políticos, assim como o estabelecimento de leis anti-corrupção. Também é esperada a concessão de mais liberdades civis e políticas.

Os protestos se tornaram a maior ameaça ao regime de Assad, de 45, que substituiu seu pai Hafez, após sua morte em 2000.

A crise começou após a prisão de adolescentes que haviam pintado frases anti-governo em um muro na cidade de Deraa, e se espalhou rapidamente para outras províncias.