O presidente sírio, Bashar al-Assad, não anunciou reformas amplas nem o fim do estado de emergência em vigor desde 1963 no país durante um discurso pronunciado no Parlamento e exibido pela televisão.
Assad disse que a Síria enfrenta uma "conspiração" em sua primeira intervenção pública desde o início das manifestações contra o regime em 15 de março. "Esta conspiração é diferente em sua forma e pelo momento escolhido pelo que acontece em outras partes no mundo árabe", destacou, antes de afirmar que os inimigos do país aproveitaram a situação para semear o caos. "A Síria não está isolada da região (...) mas não somos uma cópia dos outros países" completou. "Somos totalmente favoráveis às reformas. É o dever do Estado. Mas não somos favoráveis as dissensões", prosseguiu, antes de indicar que a luta contra a corrupção e o desemprego representam a "prioridade" do próximo governo.
As declarações do presidente foram recebidas com aplausos dos deputados, que gritaram "com nosso sangue, com nossa alma, nos sacrificaremos por ti Bashar".
O anúncio do fim do estado de emergência, de novas leis para a imprensa e sobre o pluralismo político eram esperados no discurso, que no entanto terminou sem referência a reformas concretas.