Na segunda-feira, após a divulgação de pesquisas com Humala em primeiro na disputa presidencial, a Bolsa de Valores do Peru caiu 5,16%. Atento aos temores, Humala leu na segunda-feira um "compromisso" com a nação, em entrevista coletiva para a televisão. Ele se comprometeu a respeitar os acordos e tratados internacionais, sem questioná-los "unilateralmente".
Segundo o candidato, porém, algumas cláusulas "flagrantemente ilegais" podem ser revisadas. Ele também garantiu que respeitará a autonomia do Banco Central, a independência do Judiciário e trabalhará para garantir a estabilidade macroeconômica, adotando apenas mudanças "graduais".
A estratégia de Humala é semelhante à adotada por Luiz Inácio Lula da Silva, quando o brasileiro foi candidato em 2002. A "Carta ao povo brasileiro" de Lula ajudou a acalmar os mercados e aplacar desconfianças, e o petista acabou governando por dois mandatos. Já Humala luta primeiro para ir ao segundo turno, na disputada corrida presidencial peruana. Entre seus rivais estão o ex-presidente Alejandro Toledo e a deputada Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso.