O presidente Barack Obama enviou nesta quarta-feira seus principais assessores ao Congresso, em Washington, com a missão de explicar a operação militar americana na Líbia aos políticos. O novo conflito soma-se às guerra no Iraque e no Afeganistão. A secretária de Estado Hillary Clinton, o secretário de Defesa Robert Gates, o diretor de inteligência James Clapper e o militar americano de mais alta patente, o Almirante Mike Mullen, apresentam nesta quarta-feira a portas fechadas um relatório sobre a situação aos legisladores das duas Câmaras. Vários parlamentares, republicanos e democratas, lamentaram nos últimos dias que o presidente Obama não tenha buscado a aprovação do Congresso, antes de lançar a operação na Líbia.
Além disso, muitos políticos dos dois partidos e das duas câmaras exprimiram suas preocupações em relação aos objetivos, à duração e ao custo das operações. Uma primeira reunião estava prevista para as 14h30 (15h30, horário de Brasília) na Câmara dos Deputados e uma segunda para as 17h (18h, horário de Brasília) no Senado. Entre os parlamentares descontentes, o chefe da minoria republicana do Senado, Mitch McConnell, declarou na segunda-feira que o Congresso dos Estados Unidos não foi consultado de maneira "adequada" sobre a questão da ação das forças americanas na Líbia. Essa "decisão foi tomada sem a consulta adequada do Congresso, nem explicações suficientes aos americanos", disse McConnell que se pronunciou pela primeira vez sobre o assunto, mais de uma semana após o início das operações militares aliadas na Líbia. Do outro lado do tabuleiro do xadrez político, o representante democrata de esquerda Dennis Kucinich considerou um pouco antes do discurso televisivo do presidente Obama, na segunda-feira à noite, que "o artigo 1, seção 8 da Constituição dos Estados Unidos é claro. É o Congresso que determina quando nosso país entra em guerra". Kucinich, opositor fervoroso das guerras americanas no Iraque e no Afeganistão, propôs na semana passada uma alteração na próxima lei de finanças em discussão para impedir o emprego de fundos americanos no financiamento das operações na Líbia. Mesmo que o texto tenha poucas chances de ser aprovado no final das contas, ele possui apoio de políticos dos dois lados.