Um porta-voz do governo líbio afirmou que Koussa está viajando em missão diplomática, mas fontes do governo britânico disseram à BBC que Koussa foi a Londres para fugir do regime Khadafi.
“Moussa Koussa é uma das figures mais antigas do governo Khadafi e seu papel é representar o regime internacionalmente – algo que ele não está mais disposto a fazer”, disse o porta-voz da chancelaria britânica.
O editor de política da BBC Nick Robinson diz que “está claro que ele (Koussa) não está mais preparado para representar o regime Kadafi”.
A chegada do chanceler da Líbia ocorre num momento em que a Grã-Bretanha se prepara para expulsar cinco diplomatas líbios. O chanceler britânico, William Hague, disse a parlamentares que os cinco poderiam ameaçar a segurança da Grã-Bretanha.
Recuo
Nesta quarta-feira, forças contrárias a Kadafi voltaram a perder terreno e abandonaram antigos redutos na costa oriental da líbia.
Um correspondente da BBC em Brega diz que as forças de Khadafi estão em vantagem e que os rebeldes ali parecem ter perdido a força de vontade para lutar, ainda que planejem voltar à cidade nesta quarta-feira.
Relatos dão conta de intensos ataques das forças de Kadafi na cidade de Misrata, na costa oeste, e de combates entre Ras Lanuf e Bin Jawad.
A rádio Voz da Líbia Livre, controlada pelos rebeldes, diz que o recuo de Ras Lanuf e Bin Jawad foi uma ação “tática” por causa da ausência de ajuda aérea.
A rádio também admitiu ter errado ao anunciar que Sirte, cidade natal de Kadafi, havia sido tomada pelos rebeldes.
No leste, em Ajdabiya, o correspondente da BBC Ben Brown relata que “os rebeldes não têm o poder de fogo para enfrentar as tropas de Khadafi, que parecem mais resilientes”.
‘Tropas enfraquecidas’
O recuo rebelde começou na terça-feira e se seguiu a um breve período de vitórias dos opositores, com o auxílio dos bombardeios da coalizão internacional que tem atacado as tropas pró-Khadafi.
Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que as forças do líder líbio haviam sido bastante enfraquecidas pelos ataques.
Os países-membros da coalizão estão analisando a possibilidade de armar os rebeldes. Os Estados Unidos e a França dizem que estão mandando enviados ao bastião rebelde de Benghazi para fazer contato com a administração interina local.
O analista de assuntos diplomáticos da BBC Jonathan Marcus diz que se os reveses dos rebeldes prosseguirem, deve crescer a pressão para armar os rebeldes.
Mas ele ressalta que os efeitos adversos de fornecer armas a opositores já foram vistos em países como Bósnia e Afeganistão e devem servir de alerta para as forças estrangeiras.
A reunião internacional sobre a Líbia, realizada em Londres nesta terça-feira, foi concluída com a decisão de montar um grupo – que inclua governos árabes – para coordenar a eventual ajuda à Líbia caso Kadafi deixe o poder.
Estima-se que as seis semanas de confrontos no país já tenham deixado milhares de mortos.
Nesta quarta-feira, a agência estatal líbia Jana disse que as forças estrangeiras bombardearam alvos civis na cidade de Surman (a oeste de Trípoli, a capital), sem informar o número de mortos. A informação não foi confirmada.