A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nessa quinta-feira que não fornecerá armas aos rebeldes que lutam contra o regime de Muamar Kadafi na Líbia. A decisão foi divulgada por seu secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, no dia que a entidade assumiu o comando das operações militares na Líbia.
O discurso é contrário ao de líderes políticos dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, que vinham defendendo o reforço do armamento dos opositores de Kadafi. Ao lado do emprego de serviços de espionagem no conflito, o tema desperta divergências entre os membros da coalizão e na Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com Rasmussen, a Otan assume o comando das operações militares com três objetivos: garantir a zona de exclusão aérea, proteger a população civil e assegurar o cumprimento do embargo de armas na Líbia. “A resolução (1.970) do Conselho de Segurança da ONU é muito clara: ela exige a imposição de um embargo sobre as armas”, afirmou, completando: “Nós estamos lá para proteger o povo líbio, e não para armá-lo”. O dinamarquês também advertiu os insurgentes para que não tratem populações civis pró-Kadafi com violência.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e os ministros das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, e da Grã-Bretanha, William Hague, haviam admitido que a coalizão discutia o fornecimento de material bélico aos insurgentes. Hillary chegou a afirmar que a Resolução 1.973, que encarrega a comunidade internacional de usar “todos os meios necessários” para proteger a população civil, autorizaria a entrega do armamento.