O ex-homem forte da política externa de Muamar Kadafi, Moussa Koussa, já está em Londres e colaborando com a Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a coalizão. O chanceler, que abandonou o posto e deixou a Líbia, foi ouvido ontem por autoridades britânicas em busca de informações sobre o real estado do regime. Horas depois de receber Koussa, o secretário de Estado britânico, William Hague, disse que o governo de Kadafi está implodindo.
Koussa foi a maior deserção do regime líbio desde o início dos protestos populares. Ele chegou na quarta-feira a Londres depois de deixar seu país por terra e ir para a Tunísia. De lá, partiu em um jato do governo britânico - o que indica o papel da coalizão em sua dissidência. Ontem, o ex-chanceler Ali Abdussalam el-Treki, que Kadafi nomeou como embaixador na ONU, rejeitou o cargo, desertou para o Egito e condenou o “derramamento de sangue” em seu país.
Para Cameron, o abandono do regime por parte de Koussa “demonstra o grande descrédito e decadência do regime de Muamar Kadafi. Hague foi mais longe: “Sua demissão mostra que o regime de Kadafi, que registrou deserções significativas, está dividido sob pressão e desaba internamente, Kadafi deve se perguntar quem será o próximo a abandoná-lo”. Na Líbia, o porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, tratou de reduzir a importância da dissidência de Koussa.