Testemunhas dizem que franco atiradores vestidos à paisana dispararam contra a multidão do alto de edifícios.
Ocorreram também protestos em diversas outras cidades sírias como parte da onda que está sendo considerada a maior ameaça ao regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, que substituiu seu pai, Hafez, após sua morte, em 2000.
Há relatos de choques em Deraa, onde milhares de pessoas teriam participado da manifestação após as tradicionais orações de sexta-feira.
Mártires
Ativistas prometeram o que chamaram de "Dia dos Mártires", para honrar as dezenas de pessoas que foram mortas nas duas semanas de protestos no país.
Segundo a correspondente da BBC em Damasco Lina Sinjab, testemunhas contaram que os protestos nas cidades de Qamishli e Hassakeh, no nordeste do país, começaram logo depois das orações em meio à forte presença das forças de segurança.
O nordeste do país é a região onde vive a população curda, que vinha se mantendo à distância das manifestações.
Mas, de acordo com Sinjab, na quinta-feira os curdos anunciaram que se juntariam aos protestos de sexta-feira.
Na quarta-feira, o presidente sírio, Bashar al-Assad, não conseguiu acalmar os ânimos do país ao afirmar em um discurso que os protestos são resultado de uma conspiração internacional.
A crise atual começou há algumas semanas após a prisão de adolescentes que haviam pintado frases contra o governo em um muro na cidade de Deraa, no sul do país, e se espalhou rapidamente para outras províncias.
Ativistas e grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que entre 60 e 130 pessoas morreram nos choques com as Forças de Segurança nas últimas semanas, mas o governo estima o número de mortos em cerca de 30.