O coordenador nacional de Assuntos Jurídicos do PSUV, deputado Carlos Escarra, afirmou que, como "Makled é venezuelano e cometeu crimes no país, tem que ser julgado na Venezuela". "Nós temos confiança de que a Colômbia o deportará para que seja julgado no país", afirmou.
Em entrevistas à imprensa, o narcotraficante já declarou que manteve relações próximas com militares venezuelanos, deputados da base governista de Chávez e, inclusive, com a petrolífera estatal, a Petroquímica de Venezuela (PDVSA).
"Eu trabalhei com o governo de Chávez oito anos (...) trabalhei em muitos negócios que tivemos", afirmou ele em uma entrevista à rede televisiva norte-americana Univisión. Segundo ele, lhe foram concedidos "contratos milionários" com a PDVSA, que em 2007 lhe pagou US$ 7 milhões e quase US$ 4 milhões no último pagamento.
Alguns diplomatas norte-americanos ainda chegaram a dizer que Makled pode dar "informação" sobre supostas atividades do grupo libanês xiita Hezbollah.
"Estamos esperando que Makled apresente as primeiras provas, onde demonstre que funcionários do governo, dirigentes do PSUV estão envolvidos no narcotráfico, como ele assegura", colocou Escarra, em tom de provocação.
Por sua vez, o deputado venezuelano de oposição Miguel Rodríguez, sem partido, considerou iminente a extradição do narcotraficante e propôs a criação de uma comissão "plural e qualificada" de testemunhas que garantam um julgamento transparente, que façam propostas "críveis".
O deputado de também de oposição Juan Calros Caldera, do partido Primeiro Justiça, assinalou que "o governo venezuelano não deve esperar a decisão da Colômbia de extraditar Makled ou não, mas de imediato deve iniciar as investigações".
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, deverá apresentar sua decisão sobre o destino do narcotraficante no dia 15 de abril, prazo máximo para a apresentação da extradição, segundo fontes do jornal colombiano El Tiempo.
Makled foi preso em Cúcuta em 10 de agosto de 2010 e é acusado de narcotráfico e lavagem de dinheiro nos Estados Unidos e por associação criminosa e assassinatos na Venezuela. O Supremo Tribunal Federal colombiano autorizou em 25 de março sua extradição para Caracas.
Em novembro de 2010, Santos havia prometido entregar o criminoso às autoridades venezuelanas, mas agora tem recebido pressão de Washington, que se tornou um grande aliado de Bogotá principalmente no governo anterior de Álvaro Uribe (2000-2010). Ele e Chávez devem se reunir no próximo sábado em mais um encontro na agenda de normalização das relações bilaterais após a crise desatada no final do governo de Uribe.