As ações militares dos Estados Unidos na Líbia não montam um precedente para futuras intervenções militares americanas em outros países do Oriente Médio e Norte da África que enfrentam rebeliões, disse nesta sexta o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates. "O que tornou a Líbia única é acima de tudo o pedido, que na minha experiência é sem precedentes, da Liga Árabe por uma intervenção no Norte da África, para lidar com um governo árabe que maltratava seu próprio povo", disse Gates, referindo-se aos ataques aéreos contra Muamar Kadafi. Gates disse que o pedido da Liga Árabe recebeu então o apoio do Conselho da Cooperação do Golfo, formado por seis países árabes do Golfo Pérsico, e também impulso das Nações Unidas e de aliados como a França e a Grã-Bretanha. "É muito difícil imaginar que esse tipo de circunstâncias se repetirá em qualquer outro lugar", disse ele durante visita ao campo Marez, uma base aérea americana perto do Aeroporto de Mossul, no norte do Iraque.
Sob pressão da França, os EUA lideraram os ataques aéreos contra Kadafi até o final de semana passado, quando o comando foi entregue à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os aviões americanos deixaram as operações de bombardeio. Gates também se disse preocupado com problemas mais específicos do Iraque. Ele citou particularmente o ataque de soldados iraquianos contra o acampamento da organização Mujahedin do Povo Iraniano, um grupo socialista muçulmano que tenta derrubar o governo do Irã. O governo iraquiano afirma nesta manhã que o ataque deixou três mortos, todos do grupo insurgente do Irã. Já a Mujahedin do Povo Iraniano afirma que os soldados iraquianos mataram 25 dos seus integrantes, quando invadiram o acampamento do grupo perto de Bagdá. "Estou muito preocupado com o relato de mortes e pessoas feridas. Eu insto o governo iraquiano a mostrar moderação", disse Gates. As informações são da Dow Jones.