Está tudo resolvido a respeito do orçamento americano e a única questão pendente diz respeito aos pontos sobre o aborto, afirmou nesta sexta-feira o chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, e o porta-voz republicano na Câmara dos Deputados reagiu afirmando que nada está decidido ainda. "No que se refere às questões orçamentárias, tudo está resolvido", afirmou Reid na manhã desta sexta-feira. "O aborto é a única questão que não estava acertada quando deixamos a Casa Branca na noite passada", acrescentou. "As discussões nada têm a ver com cifras. Isso tudo diz respeito à saúde das mulheres, é uma batalha ideológica", assegurou. Na véspera, Reid havia criticado os republicanos que insistiam em incluir na lei de financiamento medidas ideológicas contra o aborto ou para limitar as regulamentações sobre o meio ambiente. Ante as declarações de Reid nesta sexta, o porta-voz republicano da Câmara dos Deputados, John Boehner, reagiu afirmando que "nada estará decidido até que tudo esteja decidido e, além disso, o principal tema continuam sendo o corte de gastos". "O povo americano quer cortar gastos para ajudar o setor privado a criar empregos, e os democratas que governam em Washington não querem", afirmo o porta-voz de Boehner, Michael Steel. Restam poucas horas para evitar que a não aprovação de um orçamento que cobre até o fim do exercício 2011, em 30 de setembro, paralise certos serviços do governo. Na véspera, o presidente Barack Obama disse ter obtido progressos nas negociações sobre o orçamento, mas que ainda não chegara a um acordo com os líderes do Congresso. O presidente garantiu que as divergências entre os dois lados foram reduzidas e que as negociações prosseguirão durante toda a noite. "Quero informar ao povo americano que fizemos alguns progressos adicionais esta noite. Minha esperança é poder anunciar, em algum momento relativamente próximo, que evitamos a paralisia (do governo), que fechamos um acordo".
"Ainda não há certeza, mas espero uma resposta para breve", disse o presidente. Segundo Harry Reid, "foram reduzidos os temas (de divergência), mas ainda não há um acordo". "Seguiremos trabalhando durante a noite para tratar de resolver as divergências", destacaram Reid e Boehner em um comunicado conjunto. Sem um acordo entre republicanos e democratas e sem a aprovação do Congresso até a meia-noite desta sexta-feira, os serviços não essenciais da administração federal deverão fechar - o que terá graves consequências sobre uma economia que ainda está se recuperando de sua pior crise desde os anos 1930 - e em torno de 800.000 funcionários terão seus salários suspensos.