Vinte e duas pessoas morreram nesta sexta-feira em três cidades sírias, em manifestações contra o regime de Bashar al-Assad, afirmou à agência AFP Amar Qurabi, presidente de uma ONG síria de direitos humanos, ouvido por telefone no Cairo.
Segundo Amar Qurabi, presidente da ONG síria Organização Nacional de Direitos Humanos, "temos a lista nominal de 17 manifestantes mortos em Deraa (sul); fomos informados da morte de dois manifestantes em Homs e de outros três em Harasta" - uma cidade situada a 12 km ao norte de Damasco.
Em Deraa, cidade situada a 100 km ao sul de Damasco e epicentro do movimento de protestos há três semanas, um militante local disse que "milhares de manifestantes saíram de três mesquitas para reunir-se na praça, diante do palácio de Justiça. As forças de segurança, vestidas à paisana, dispararam primeiro granadas de gás lacrimogêneo e, depois, munição real e balas de borracha para dispersá-los".
Outro militante, Abdel Karim Rihaui, diretor da Liga Síria de Defesa dos Direitos Humanos, informou à AFP sobre confrontos entre manifestantes e as forças de segurança em Homs, a 160 km ao norte de Damasco e Harasta.
No norte, cerca de 7.000 pessoas se manifestaram nas cidades de maioria curda de Qashmili, Amuda e Hasake, para pedir a abolição do estado de emergência e a liberação de presos, afirmou à AFP Radif Mustafa, presidente do comitê curdo de direitos humanos.
Na quinta-feira, o presidente Bashar al-Assad havia assinado um decreto de nacionalização de dezenas de milhares de curdos, privados da nacionalidade síria há 50 anos.