Jornal Estado de Minas

Ataques aéreos israelenses matam onze palestinos em Gaza

AFP
Aviões israelenses bombardearam vários alvos na Faixa de Gaza na sexta-feira e madrugada de sábado, matando onze pessoas, em mais uma represália contra o lançamento de foguetes e obuses contra o sul de Israel.
ONU e União Europeia pediram a interrupção imediata das hostilidades, um dia depois que um disparo de arma antitanque contra um ônibus escolar em Israel feriu gravemente um adolescente.

Desde então, Israel lançou mais de 20 ataques contra alvos em toda a Faixa de Gaza. 

Na última ação dos aviões israelenses, dois palestinos morreram e um foi gravemente ferido na madrugada deste sábado na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Os três palestinos circulavam em um carro quando foram atingidos por um míssil, revelaram testemunhas.

Na sexta-feira, dois palestinos morreram à tarde e dez ficaram feridos em um bombardeio israelense em Chajaiya, no leste da cidade de Gaza, segundo fontes médicas palestinas, que dão conta de mais de 60 feridos em 24 horas.

Dois membros das Brigadas Ezzedine al Qasam morreram em um ataque aéreo israelense perto de Beit Lahiya (norte).

No sul da Faixa de Gaza, um homem de 55 anos, uma mulher de 45 e sua filha de 21 morreram, e quatro palestinos ficaram feridos por ataques israelenses ao leste de Khan Yunis. 

Poucas horas antes, um ataque aéreo israelense no mesmo setor matou dois membros das Brigadas Ezzedine al Qasam, que tinha reivindicado o disparo do míssil anti-tanque como uma "primeira resposta aos crimes" israelenses, citando a morte de três pessoas em 2 de abril em um ataque aéreo de Israel.

Os autores do disparo "cruzaram uma linha vermelha", disse em Praga o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, citado pela rádio militar. "O exército israelense respondeu imediatamente e continuará atacando energicamente".

"Nós continuamos atuando para acabar com os disparos de foguetes e para que aqueles que dispararam lamentem tê-lo feito", declarou à rádio militar o ministro da Defesa Civil israelense, Mattan Vilnai.

Segundo uma porta-voz militar, o exército israelense realizou 14 incursões aéreas e dois ataques com artilharia terrestre na quinta-feira contra alvos em Gaza, depois do ataque reivindicado pela ala militar do Hamas.

Na quinta, pelo menos 50 obuses de morteiro e foguetes caíram no sul de Israel, um deles sobre um ônibus escolar.

Um dos foguetes foi interceptado pelo novo sistema de defesa antimísseis israelense Iron Dome (Cúpula de Ferro), que começou a funcionar no fim do mês passado.

Depois de um dia de violência, o Hamas anunciou na noite de quinta-feira que conseguira restabelecer o consenso obtido em 26 de março entre os principais movimentos palestinos para prolongar uma trégua tácita com Israel - depois de uma escalada sem precedentes em mais de dois anos - sob a condição de que fosse recíproca.

Um representante da Jihad Islâmica indicou que esta decisão havia sido tomada "depois de contatos com os países árabes".

Com esta atitude, o Hamas quer evitar que se repita a operação israelense "Chumbo Grosso", que aconteceu em Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, na qual morreram 1.440 palestinos e 13 israelenses.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo pedindo "o fim imediato dos disparos de foguetes", segundo seu porta-voz.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, pediu o "fim imediato da violência", condenou os tiros palestinos contra "civis inocentes" e "lamentou a perda de vidas civis em Gaza".