Na manhã deste sábado, a polícia militar disparou rajadas de armas automáticas para o alto, em mais uma tentativa de dispersar o protesto, segundo testemunhas. Um ônibus militar e um caminhão civil foram incendiados, e a poucos metros de distância havia um caminhão do excército parcialmente queimado. A polícia militar cercou a praça com alambrados de arame farpado, enquanto o chão estava coberto das pedras atiradas pelos manifestantes.
A violência provocou o fechamento por tempo indeterminado do Museu Egípcio, situado ao lado da praça Tahrir, segundo o secretário de Estado para Antiguidades, Zahi Hawas. Testemunhas contam que o exército bateu nos manifestantes e usou munição real para dispersá-los.
"Não usamos munição real", reagiu um oficial do exército, que pediu o anonimato e afirmou que uma investigação já estava em curso para apurar o ocorrido. Na tarde deste sábado, cerca de mil pessoas continuavam em vigília na praça Tahrir.
Na véspera, dezenas de milhares de egípcios retornaram à emblemática praça para exigir que Hosni Mubarak, seus familiares e aliados sejam julgados por
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Hillary Clinton visita a Praça Tahrir do CairoCentenas de egípcios em confronto na praça Tahrir do CairoUm cristão copta morto em confronto com muçulmanos no CairoProtesto pede saída de ministro nomeado por MubarakAlguns manifestantes afirmam que pretendem permanecer na praça Tharir até que o marechal Husein Tantaui, de 75 anos, que coordena o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA, formado por cerca de 20 generais, que assumiu após a queda de Mubarak) deixe o posto. "Eu vim à Tahrir porque estamos assistindo a uma contrarrevolução", denunciou o estudante Malik Asam, que participa do protesto.
"Esperava ver a outra face do exército. Se continuar assim, eles verão a outra face do povo", advertiu por sua vez Anas Mohamed, outro estudante. Apesar de estritamente proibidos pelo comando militar, sete oficiais do exército egípcio se manifestaram para apoiar os manifestantes e pedir uma limpeza nas forças armadas.
Assim que assumiu, o exército prometeu devolver o poder aos civis no final do ano, depois da realização de eleições presidenciais e legislativas. Muitos egípcios temem que os círculos do regime de Mubarak se reciclem para perpetuar-se no poder.