Jornal Estado de Minas

Forças sírias atiram para dispersar cortejo fúnebre

Agência Estado
Manifestantes em protesto na sexta-feira quando morreram 37 pessoas - Foto: HOForças de segurança da Síria dispararam, neste sábado, para dispersar um cortejo fúnebre, após 37 pessoas terem morrido ontem, no dia mais sangrento desde o início dos protestos contra o regime do presidente Bashar Assad, segundo informaram grupos de Direitos Humanos. Várias pessoas ficaram feridas no tiroteio em Daraa, afirmou Ammar Qurabi, chefe da Organização Nacional de Direitos Humanos da Síria, citando testemunhas e moradores da cidade como provedores da informação.
Não havia mais detalhes sobre o tiroteio. As chamadas telefônicas para Daraa não eram completadas e o governo sírio colocou várias restrições severas à cobertura da imprensa no país. Daraa se tornou um epicentro da violência, que é atribuída pelo governo a gangues armadas e não a manifestantes defensores de reformas.

Ainda assim, a pressão por reforma tem abalado o presidente Bashar Assad, cuja família governa a Síria há mais de 40 anos. Na medida em que a onda de protestos ganhou relevância, Assad fez algumas concessões, como a de demitir autoridades locais e formar comitês para estudar o fim do estado de emergência, estabelecido em 1963.

Mas esses gestos fracassaram na tentativa de conter o crescente movimento, que está aumentando suas exigências por reformas concretas e eleições livres. Na sexta-feira, testemunhas afirmaram que forças de segurança abriram fogo contra centenas de manifestantes em Daraa, matando 25 pessoas e ferindo centenas. O governo divulgou uma versão diferente, afirmando que 19 policiais e membros das forças de segurança, assim como civis, foram mortos quando um homem abriu fogo contra eles.