A companhia está tentando conter um vazamento de radiação na central nuclear e, nesta terça-feira, as autoridades do Japão elevaram a gravidade da crise nuclear no país para o nível máximo, o nível 7, o mesmo adotado na crise nuclear desencadeada pelo desastre de Chernobyl, em 1986.
A decisão foi tomada depois da medição da radioatividade na usina.
Enquanto a companhia luta para conter a crise nuclear, as ações da Tepco registraram queda na bolsa de valores de Tóquio.
As ações da Tepco perderam mais de 75% de seu valor desde 11 de março e estão chegando à cotação mais baixa já registrada.
Interpretação da lei
Analistas afirmam que, no que diz respeito às indenizações que a Tepco poderá ter que pagar, muito vai depender de como a lei japonesa para estes casos é interpretada.
De acordo com a legislação, os operadores de uma instalação nuclear podem ser isentos de encargos se o acidente em uma usina for desencadeado por um desastre natural de caráter excepcional.
Segundo os analistas, a decisão de encaixar ou não a atual crise neste tipo de situação poderá determinar o destino da Tepco.
"Uma questão importante no que diz respeito às indenizações é se o acidente na usina nuclear de Fukushima pode ser considerado um desastre natural inevitável", afirmou Tomohiro Jikihara, da JP Morgan.
O governo japonês ainda deve decidir se vai classificar o terremoto seguido de tsunami como um desastre excepcional.
Gravidade da crise
Até agora, o grau de gravidade da crise nuclear no Japão estava no nível cinco, o mesmo do acidente em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979.
O Japão também decidiu ampliar a zona de evacuação em torno da usina nuclear afetada, por causa da preocupação com o vazamento radioativo.
A zona passará a incluir cinco comunidades fora do raio de 20 quilômetros estabelecido anteriormente, após novas informações sobre os níveis de radiação acumulada, que teriam ultrapassado os limites anuais em áreas 60 quilômetros a noroeste da usina e cerca de 40 quilômetros a sul-sudoeste do local.
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O governo japonês retirou os moradores de uma área no raio de 20 quilômetros a partir da usina.
A usina nuclear de Fukushima Daiichi foi uma das instalações mais atingidas pelo terremoto e tsunami que atingiram o Japão no dia 11 de março. E um novo tremor de magnitude 6,3 pôde ser sentido nesta terça-feira no leste do Japão, onde fica a usina, o segundo em apenas dois dias.