O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou nesta quinta-feira que a resolução da ONU sobre a Líbia não autorizava os bombardeios e destacou que os cinco países emergentes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) compartilham a opinião.
A Rússia, que tem direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, optou pela abstenção na votação de 17 de março da resolução 1973, que abriu caminho para a intervenção de uma coalizão internacional na Líbia contra o regime do coronel Muamar Kadafi e o início dos bombardeios, que não contam com a participação de Moscou.
"As resoluções do Conselho de Segurança deveriam ser aplicadas ao pé da letra e seguir seu espírito", declarou Medvedev após a reunião de cúpula dos BRICS na ilha de Hainan, sul da China.
"Sobre este tema os países dos BRICS estão totalmente unidos", afirmou, apesar da África do Sul ter votado a favor da resolução 1973, ao contrário dos outros quatro membros deste grupo, que optaram pela abstenção. Rússia e China são membros permanentes do Conselho de Segurança, mas não reivindicaram o direito de veto.
Em várias ocasiões as autoridades russas advertiram contra um "uso cego da força" na Líbia.