Colômbia decide extraditar narcotraficante para Venezuela

O ministro do Interior da Colômbia, Gérman Vargas Lleras, autorizou a extradição do suposto traficante Walid Makled à Venezuela, ao invés de enviá-lo aos Estados Unidos que também pedia sua extradição. Vargas Lleras, que está encarregado da Presidência do país enquanto o presidente Juan Manuel Santos está na Europa, explicou que a Venezuela solicitou a extradição de Makled, que também era requisitado pela polícia dos Estados Unidos, primeiro. A legislação da Colômbia prevê que a prioridade seja dada nestes casos a nações com os quais existam tratados de extradição vigentes ou que tenham solicitado o acusado antes, como no caso da Venezuela. Santos declarou na semana passada que os Estados Unidos "têm que entender perfeitamente qual é a situação", a respeito da escolha da Venezuela como destino de Makled, como aconteceu. Ele foi capturado na Colômbia no ano passado, quando já existiam pedidos das duas polícias atrás dele. O traficante era acusado de narcotráfico e lavagem de dinheiro nos Estados Unidos e associação criminosa e assassinatos na Venezuela. O Supremo Tribunal Federal colombiano autorizou sua extradição para Caracas em 25 de março. Outras oito pessoas acusadas de crimes ligados ao narcotráfico, no entanto, serão extraditadas da Colômbia para os Estados Unidos, sendo que um deles é José Guillermo Gallón Henao, irmão de dois dos acusados pela morte de Andrés Escobar, o goleiro da seleção colombiana que foi morto em 1994 após fazer um gol contra seu time. Gallón é acusado de ter trabalhado para o hondurenho Juan Ramón Matta Ballesteros e depois para o mexicano Joaquín Guzmán, conhecido como El Chapo, ambos narcotraficantes. Segundo sua ficha policial, ele fazia parte do grupo criminoso Los Paisas, acusado de promover narcotráfico, extorsão e assassinatos . Os demais extraditados pertenciam ao grupo de narcotráfico Los Rastrojos, com base na ilha colombiana de San Andrés, no Mar do Caribe. O governo norte-americano também reivindicava a extradição de Makled porque, segundo Washington, o narcotraficante poderia dar testemunhos que podem ser prejudiciais para as autoridades venezuelanas.