As críticas internacionais à repressão das manifestações na Síria aumentaram nesta quinta-feira com as acusações feitas pelos EUA de que o país estaria recebendo ajuda do Irã, ao mesmo tempo em queo a União Europeia engavetou os planos para um acordo de associação econômica com o país.
No front doméstico, a Síria anunciou uma anistia para dezenas de prisioneiros detidos desde o início dos protestos, em 15 de março, e anunciou um novo gabinete para substituir o que renunciou no mês passado.
"Acreditamos que há informações críveis de que o Irã está ajudando a Síria... na repressão das manifestações", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, em Washington.
"É uma preocupação real para nós", afirmou. "Se a Síria está se voltando para o Irã para pedir ajuda, não pode ser séria em relação a verdadeiras reformas", acrescentou.
O ministério sírio das Relações Exteriores negou a acusação americana, e o Irã não se pronunciou até o momento.
"As declarações do porta-voz do Departamento de Estado não têm fundamento", declarou à AFP um funcionário em Damasco. "Se o Departamento de Estado tiver provas, que as mostre", acrescentou.
Nesta quinta-feira, o Wall Street Journal escreveu que o Irã começou a entregar equipamentos para acabar com os protestos e para monitorar grupos de oposição, citando fontes americanas.
"Acreditamos que o Irã está ajudando materialmente o governo da Síria em seus esforços para reprimir seu próprio povo", disseram ao jornal funcionários americanos, acrescentando que Teerã estava compartilhando as "lições aprendidas" na repressão pós-eleitoral de 2009, quando manifestantes queriam a saída do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Autoridades iranianas também estariam dando a Damasco assistência técnica para monitorar a comunicação on-line de grupos de oposição que organizam protestos, segundo declarações de funcionários americanos de Defesa ao jornal.