Jornal Estado de Minas

Vargas Llosa afirma que não votará em Keiko Fujimori

Para o escritor, a candidata presidencial representa "a ressurreição de uma das ditaduras mais cruéis"

Agência Ansa
- Foto: Vargas Llosa (centro) não quer votar em Fujimori (esq.) e acha que Humala (dir.) desperta receios: a escolha no 2º turno O escritor peruano e ganhador do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa descartou votar na candidata à Presidência do Peru Keiko Fujimori, que vai disputar o segundo turno das eleições em 5 de junho. "O que eu digo hoje é que não votarei de forma alguma na senhora Fujimori", declarou o escritor, durante uma coletiva de imprensa em Montevidéu. Para ele, a candidata representa "a ressurreição de uma das ditaduras mais cruéis e corruptas da história do Peru". Keiko, da legenda Força 2011, é filha do ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000), que está preso por corrupção e violação aos direitos humanos. Segundo o escritor, Keiko "nunca promoveu nenhum distanciamento da ditadura de seu pai". No último debate antes das eleições, em 10 de abril, Keiko afirmou que teria o governo de seu pai como "um exemplo a ser seguido". Vargas Llosa afirmou que uma possível vitória da candidata significaria, para seu país, "a abertura das prisões", ocasião em que "os ladrões, os assassinos, que estão condenados pelos tribunais civis, em condenações impecáveis, sairiam de suas celas para governar novamente o Peru". Sobre o adversário de Keiko no segundo turno, o nacionalista Ollanta Humala, o escritor admitiu que ele "desperta muitos receios" por conta de suas ligações com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mas que, nesta campanha, apresentou um distanciamento do venezuelano e se aproximou do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, Humala "assegurou que, diferentemente de Chávez, não nacionalizará a economia", vai respeitar o mercado e a liberdade de imprensa.