O escritor e Prêmio Nobel de Literatura peruano Mario Vargas Llosa criticou, durante um discurso em Montevidéo na noite de quinta-feira, a imprensa sensacionalista, o site WikiLeaks, a corrupção política e o "anacrônico" modelo comunista de Cuba e da Coreia do Norte.
"Provavelmente já não restam muitas sociedades nas quais o dever cívico atraia os melhores", declarou Vargas Llosa falando na Universidade Católica.
"Em muitos lugares, a política é suja e vil", disse, acrescentando que o progresso da informação teve o efeito contrário de melhorar a democracia e incentivar a participação na vida pública.
Neste sentido, criticou o site WikiLeaks, que expõe "com a sua pequenez e miséria os meandros da vida política e diplomática".
A frivolidade, "que passou a ser rainha e senhora da vida pós-moderna", e a "frenética busca pelo escândalo" não são "um problema, porque os problemas têm solução e este não tem", afirmou, ao definir o "jornalismo escandaloso" como um "enteado da cultura da liberdade".
O autor defendeu os movimentos que derrubaram os governos da Tunísia, Egito e estão "a ponto de acabar com o regime de Kadhafi" na Líbia, e pediu "que as democracias ocidentais demonstrem sua solidariedade e seu apoio ativo aos que, em todo o Oriente Médio, lutam e morrem para viver em liberdade".
Pelo contrário, criticou que o "grande fracasso de países comunistas" deixou "facções minoritárias sem maior perspectiva de futuro", e disse que Cuba e Coreia do Norte são "um anacronismo vivo, países de museu, que não podem servir a ninguém de modelo".