Depois de uma entrevista com o ministro das Relações Exteriores, Takeaki Matsumoto, a chanceler americana foi recebida pelo Imperador Akihito e a imperatriz Michiko, uma audiência excepcional para um domingo e reservada geralmente apenas para os chefes de Estado.
"Lamento muito tudo que aconteceu a seu país", afirmou Hillary, depois de apertar a mão do Imperador e beijar a imperatriz no rosto, quebrando o protocolo japonês que estipula uma reverencia ente esta figura que até Hirohito, pai de Akihito - segundo a lenda, o 124º soberano de uma dinastia iniciada sete séculos antes de nossa era e descendente direto da deus do Sol Amaterasu -, era considerada divina.
Em 1945, depois da derrota militar do Japão, Hirohito renunciou estatuto de deidade.
Em novembro de 2009, Barack Obama causou as críticas dos conservadores que viram como um sinal de fraqueza dos Estados Unidos sob sua presidência quando ele se inclinou ante o imperador japonês.
Hillary pouco depois manteve um encontro com o primeiro-ministro Naoto Kan, que expressou-se "em nome de todo o povo japonês" para agradecer pela ajuda dos Estados Unidos nas regiões sinistradas.
"Jamais esqueceremos e recordaremos por muito tempo o sólido apoio que os Estados Unidos nos proporcionou".
"Confiamos na capacidade do Japão em manifestar nos próximos meses a resistência que vimos durante a crise (...) Nós nos comprometemos uma vez mais a proporcionar um firme apoio à reconstrução do país", declarou Clinton.
Matsumoto anunciou ainda que as empresas dos dois países cooperarão para reconstruir as zonas destruídas.
O presidente da Câmara do Comércio americano, Tom Donohue, que faz parte da comitiva de Hillary, igualmente se reuniu com o chefe da principal federação patronal japonesa, a Nippon Keidanren.
Os Estados Unidos enviam 20.000 soldados e dezenas de aviões e navios para ajudar na busca das vítimas ao longo do litoral nordeste e no despejo de toneladas de escombros deixados pela tsunami.
Esta importante mobilização, batizada "Operação Tomadachi" (Amigo), pode ajudar a reduzir as tensões nascidas no ano passado entre os dois aliados por causa da presença de 50.000 soldados americano no Japão e a transferência de uma base militar na ilha de Okinawa (sul).
Estados Unidos e Japão estão unidos por um tratado de segurança, concluído pouco depois de terminada a Segunda Guerra Mundial.
A população de Okinawa, onde estão mais da metade das bases americanas, se queixa dos problemas causados por sua presença, principalmente uma alta da criminalidade.