O ministro da Inteligência do Irã, Heydar Moslehi, ficou no centro de uma aparente disputa política neste domingo, entre o presidente Mahmoud Ahmadinejad e o aiatolá Ali Khamenei. Mais cedo, a agência de notícias IRNA informou que Moslehi pediu demissão do cargo a Ahmadinejad. Segundo a agência, o presidente teria aceito a demissão e indicado Moslehi para ser seu "conselheiro" em assuntos de inteligência. Apenas algumas horas após o anúncio, feito pela IRNA, várias agências semioficiais de notícias do Irá, como a Fars, disseram que Moslehi permanecerá no cargo, porque o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, não quer que ele deixe o governo. Segundo a Fars, Khamenei precisa aprovar as indicações para os ministérios das Relações Exteriores, Inteligência, Defesa e Interior.
Os sinais conflitantes envolvendo Moslehi sugerem mais um ponto de desacordo entre Ahmadinejad e o aiatolá Khamenei, que possui a palavra final em assuntos de Estado no Irã.
A IRNA não informou quais foram os motivos para o pedido de demissão de Moslehi, que ocupa o cargo desde julho de 2009. Aparentemente, ele discorda da linha-dura adotada por Ahmadinejad.
Moslehi teve um papel crucial durante a repressão à oposição iraniana em 2009, quando a reeleição de Ahmadinejad foi contestada por milhares de manifestantes nas ruas. Em dezembro, Ahmadinejad demitiu seu ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, após aparentes desacordos entre os dois sobre como administrar pressões do ocidente por causa do programa nuclear iraniano.