O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, está sob pressão para reintegrar ao cargo o ministro de Inteligência do país, Heidar Moslehi.
O episódio revela uma aparente luta de poder no governo do país. Ahmadinejad aceitou a renúncia de Moslehi no domingo, mas o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ordenou que o ministro permanecesse no cargo.
E, na quarta-feira, mais de dois terços dos 290 parlamentares do Irã assinaram uma declaração advertindo Ahmadinejad a obeder a ordem de Khamenei. "Substituir o ministro da Inteligência... não é do interesse do país, de maneira nenhuma", afirmava a declaração do Parlamento, que foi lida na rádio estatal iraniana.
Alguns analistas afirmam que clérigos iranianos acreditam que Ahmadinejad tem poder demais no país, e que esta seria uma tentativa de diminuir sua influência.
No entanto, segundo o correspondente da BBC no Irã James Reynolds, o envolvimento de Khamenei na questão pode não ser sinal de uma discordância entre o presidente e o líder supremo do país, apenas uma advertência.
Logo depois das eleições presidenciais de 2009, Ahmadinejad cedeu à pressão do líder supremo para descartar o nome de um de seus homens de confiança, Esfandiar Rahim Mashaei, para ser o vice-presidente.
Apesar de nenhuma razão oficial para a renúncia de Heidar Moslehi ter sido apresentada, o ministro parece ter deixado o cargo depois de ter demitido uma autoridade iraniana ligada a Mashaei.
Mashaei, cuja filha é casada com o filho do presidente, tinha discordado de políticos iranianos linha-dura antes.