A pequena Ventimiglia, na costa da Itália, é mais uma cidade europeia a enfrentar um desafio crescente: o município se tornou uma porta de entrada para imigrantes do norte da África, que tentam escapar da pobreza e dos conflitos em seus países de origem, como a Tunísia e a Líbia.
Na cidade italiana, os imigrantes – em sua maioria tunisianos - tentam obter vistos temporários, concedidos por razões humanitárias, que lhes permitam viajar para outros países da Europa. O principal destino escolhido é a França, que fica a apenas 7 km de Ventimiglia.
A BBC acompanhou a viagem de um grupo de imigrantes que cruzou de trem a fronteira entre Itália e França. Eles dizem que gostariam de conseguir trabalho na Europa, já que o desemprego é alto na Tunísia.
A atual onda migratória coloca em xeque o sonho europeu de eliminar suas fronteiras, e cada vez mais países do continente se mobilizam para conter a entrada de estrangeiros.
Os tunisianos que a BBC acompanhou entraram preocupados em solo francês, com medo de serem detidos. Isso porque o governo da França tem se queixado do excesso de imigrantes africanos que têm chegado via Itália.
Já a Itália se diz sufocada com o excesso de imigrantes. Só neste ano, o país já recebeu 25 mil estrangeiros, por causa dos conflitos em curso no norte da África.
A imigração se tornou um dos principais temas na relação franco-italiana.
Nesta terça, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o premiê italiano, Silvio Berlusconi, pediram mudanças no Tratado de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas na maioria dos países da União Europeia.