A saída do dirigente líbio Muamar Kadafi poderá complicar a luta antiterrorista dos Estados Unidos, em curto prazo, considerou nesta terça-feira o ex-diretor da CIA, Michael Hayden, para quem o coronel Kadhafi foi um bom parceiro. Diretor da agência americana de informação de 2006 a 2009, Hayden afirmou, durante uma entrevista, que a CIA havia mantido boas relações de trabalho com Muamar Kadhafi e Mussa Kussa, seu ministro das Relações Exteriores, que desertou no início de abril. "Seja o que pensem, agora, de Kadafi e de Mussa Kussa, foram bons companheiros na luta antiterrorista", insistiu Hayden. Isolado pela comunidade internacional por ter ordenado o atentado de Lockerbie, em 1988, o dirigente líbio voltou a ser privilegiado pelas potências ocidentais, em 2003, quando o interesse maior era o combate à Al-Qaeda. O presidente sírio Bashar el-Assad foi também "muito bom" na luta contra os militantes extremistas sunitas, mas apoiava os radicais xiitas, considerou Hayden. A Síria, ligada a Teerã, enfrenta manifestações que o regime reprime com violência. Os acontecimentos na Líbia e na Síria "vão tornar o combate (antiterrorista) muito mais difícil, num futuro imediato", previu, mesmo se a onda de protestos no mundo árabe possa se tornar positiva para os Estados Unidos em longo prazo, tornando o proselitismo da Al-Qaeda menos eficaz, segundo ele.