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Estado de Minas

Turquia quer canal entre os mares Negro e Mediterrâneo


postado em 27/04/2011 16:06

(foto: climatelab.org/Bucharest_Convention)
(foto: climatelab.org/Bucharest_Convention)

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira o que ele chamou de um plano "louco e magnífico" para construir um novo canal entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo, prometendo que o Estreito de Bósforo, em Istambul, ficará livre do tráfego de petroleiros e será usado apenas para esportes aquáticos e viagens turísticas de barco.

Erdogan não deu um custo para o projeto, mas afirmou que ele é viável e atrairá a iniciativa privada, envolvendo também a construção de um novo aeroporto para Istambul e de dois bairros residenciais. O estudo para o projeto levará dois anos, informa o Wall Street Journal.

A nova via marítima, que deverá ser chamada "Canal de Istambul" ligará o Mar Negro e o Mar de Mármara, que por sua vez leva ao Egeu, em pleno Mediterrâneo. O canal terá uma extensão de 40 a 45 quilômetros, profundidade de 25 metros e largura de 150 metros, disse Erdogan, em discurso durante a campanha eleitoral. A Turquia terá eleições parlamentares em 12 de junho. O partido de Erdogan, o Justiça e Desenvolvimento (AK, na sigla em turco), de centro-direita, busca um terceiro mandato.

O novo canal ficará no lado europeu do Bósforo. Erdogan afirmou que o Canal de Istambul será comparável aos canais do Panamá e de Suez. Ambos possuem uma extensão maior: o do Panamá, de 77 quilômetros, e o de Suez, no Egito, de 80 quilômetros.

Política

O Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), da oposição, criticou o projeto de Erdogan, ao afirmar que os contratos de construção enriquecerão apenas os partidários do premiê e as empreiteiras ligadas ao AK. "Este país não precisa de loucos, mas de pessoas que pensam", disse Kemal Kilicdaroglu, líder do partido.

O premiê turco afirmou que o canal ficará pronto em 2023, quando a Turquia celebrar o centenário da proclamação da república. Ele manteve o suspense durante semanas, após anunciar no começo da campanha eleitoral que possui um projeto "louco e magnífico" para Istambul. A metrópole de 13,5 milhões de habitantes, a maior cidade da Turquia e do Mediterrâneo, sofre com os vazamentos de petróleo dos navios no Bósforo, onde já ocorreram desastres.

O Bósforo, uma passagem marítima natural de 750 metros em seu ponto mais estreito, divide Istambul em duas partes - uma na Europa e outra na Ásia. Segundo o governo turco, mais de 50 mil navios passam pelo estreito por ano, dos quais 8 mil são petroleiros. O governo turco projetou a construção de um oleoduto no lado europeu para evitar o perigoso transporte de petróleo pela via marítima, mas teve dificuldade em persuadir as empresas petrolíferas em se comprometerem a usar a obra. Elas alegaram que descarregar e carregar novamente o petróleo levaria a uma perda de tempo que tornaria a rota mais cara, de acordo com funcionários das empresas.

O controle da Turquia sobre o Bósforo foi limitado na Convenção de Montreux, em 1936, que garantiu a passagem de navios civis durante tempos de paz. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.


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