O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), principal organismo de direitos humanos do órgão, decidiu nesta sexta-feira abrir uma investigação da sangrenta repressão lançada pelo governo sírio contra manifestantes pacíficos e exigiu a libertação imediata dos presos políticos, bem como a eliminação das restrições para o jornalismo e o uso da internet.
Votos
O conselho da ONU aprovou a investigação com 26 votos a favor, dentre eles o do Brasil, mais nove votos contra (Bangladesh, China, Cuba, Equador, Gabão, Malásia, Mauritânia, Paquistão e Rússia) e sete abstenções (Arábia Saudita, Cameroon, Djibouti, Nigéria, Tailândia, Uganda e Ucrânia). Outros quatro membros (Angola, Bahrein, Jordânia e Qatar) não participaram da votação.
A oposição de vários países árabes e africanos obrigou que se moderasse o projeto de resolução redigido pelos Estados Unidos. Desde o começo da insurreição na Síria, em meados de março, mais de 450 pessoas morreram na repressão no país, segundo ativistas. As informações são da Associated Press.
Brasil
Em seu discurso, a representante do Brasil, Maria Nazareth Azevedo, disse que eventos recentes no mundo árabe tomaram vidas inocentes, e convidou os governos da região a receberem os imigrantes e refugiados. Para o Brasil, a abolição do estado de emergência na Síria foi "um passo positivo". A delegada disse ainda que a repressão violenta a manifestações políticas está ocorrendo em outros países árabes, e que o Conselho deveria aplicar os mesmos princípios a todos os estados-membros.