Forças de segurança sírias prenderam neste domingo mais dissidentes no sul da cidade de Deraa e em um subúrbio de Damasco, que está cercado há uma semana. Soldados e tanques cruzaram as ruas de Deraa, "atirando para manter os residentes dentro das casas e prendendo indivíduos do sexo masculino acima de 15 anos", disse o ativista Abdullah Abizad.
"Desde o início da manhã as forças têm varrido os bairros e feito prisões. Centenas já foram detidos desde sexta-feira", disse Abizad. Em Douma, "o exército apertou o cerco e há uma lista de 200 nomes de pessoas procuradas", afirmou outro ativista. De acordo com eles, seis civis foram mortos ontem em Deraa.
De acordo com um porta-voz militar, "a caçada por grupos terroristas levou à morte seis deles e à prisão de 149 procurados, bem como a apreensão de uma quantidade de armas". Ele afirma que um soldado foi morto no sábado e sete outros feridos em Deraa. Água e energia foram cortadas em Deraa, com o recrudescimento da situação depois de que entre 3 mil e 5 mil soldados, protegidos por tanques, entraram na cidade na segunda-feira.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, denunciou a repressão síria, classificando-a como "inaceitável" e pediu mais pressão internacional contra Damasco. Os Estados Unidos bloquearam os ativos do irmão do presidente Bashar al-Assad, Maher, que comanda a temida Divisão de Blindados, bem como o serviço de inteligência. A União Europeia está preparando uma série de sanções.
O Comitê de Mártires da Revolução, que mantém contagem de mortos estima que 582 civis foram mortos desde o início, em 15 de março. O Observatório Sírio para Direitos Humanos, com base em Londres, calcula que 545 civis foram mortos, acrescentando que 86 militares também morreram. Ativistas dizem que mais de 66 foram mortos na sexta-feira.