Os governos do Equador, da Venezuela e do Uruguai fizeram hoje declarações a respeito do assassinato de Osama bin Laden, e, apesar de concordarem com o golpe contra o terrorismo, foram unânimes em dizer que nenhuma morte deve ser comemorada.
Para o ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, "se os Estados Unidos conseguiram matar Bin Laden, que eles festejem. Eu não festejo a morte de ninguém, mas também não estou de acordo com o que aconteceu em 11 de setembro [atentado realizado contra as Torres Gêmeas, em 2001]", declarou Patiño à emissora Teleamazonas.
O chanceler ainda rechaçou as ações de violência que foram empregadas no combate ao terrorismo e considerou a reação de Washington ao atentado "absolutamente desproporcional", porque, por causa disso, estão morrendo mais civis, e estas mortes estão "ficando impunes".
Por sua vez, o vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, afirmou que "a morte não pode ser um instrumento político".
Segundo Jaua, "não deixa de ser surpreendente como o crime e o assassinato se naturalizaram e como eles são celebrados".
O político disse que, agora, "a morte de qualquer indivíduo, não somente de elementos fora da legalidade, como Osama bin Laden, mas também de presidentes, de familiares de presidentes, são abertamente celebradas pelos chefes de Governo que os bombardeiam".
Já o chanceler uruguaio, Luis Almagro, em uma coletiva de imprensa, declarou ser contra uma "celebração" do ato, embora tenha considerado a morte do líder da Al Qaeda "um golpe ao terrorismo".
Para Almagro, Bin Laden tinha contas pendentes com a justiça e com o mundo e "não podemos deixar de permanecer atentos para que o terrorismo seja condenado". Mas, ele acrescentou que, por outro lado, "nenhuma morte pode ser celebrada".
A operação contra o terrorista aconteceu em Abbottabad, a cerca de 50 quilômetros da capital paquistanesa. Ele estava em uma mansão de alta segurança e sua morte foi confirmada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um pronunciamento oficial.