Após o êxito da operação que culminou na morte do líder do grupo terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, o presidente americano, Barack Obama, voltou a concentrar-se em questões sobre a política interna do país, como as reformas nas leis orçamentárias e de imigração, ambas de grande peso para a campanha presidencial de 2012. Na semana passada, Obama apareceu em público em eventos vinculados à morte de Bin Laden: esteve em Nova York em cerimônia de homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 e visitou uma base militar para saudar a tropa, em particular os integrantes do comando que participou da operação contra Bin Laden em 2 de maio no Paquistão.
Porém, a menos de um ano e meio das eleições presidenciais de novembro de 2012, Obama se vê obrigado a também não se descuidar das preocupações cotidianas dos americanos, num momento em que a taxa de desemprego permanece elevada, mesmo com o aumento das contratações, e em que os preços dos combustíveis se aproximam dos maiores níveis históricos. O nível de confiança em Obama saltou 11 pontos percentuais após a morte de Bin Laden, chegando a 57% de acordo com uma pesquisa realizada pela CBS e pelo The New York Times. Contudo, sobre as perspectivas de reeleição, a sondagem revelou que apenas 34% da população aprova a maneira como Obama lida com a economia. Durante uma reunião pública na próxima quarta-feira, no "Newseum", o museu da imprensa, em Washington, Obama deve continuar pressionando por uma reforma do orçamento para manter as conquistas sociais e os investimentos no futuro em infraestrutura, pesquisa e ensino. Na terça-feira, o vice-presidente Joe Biden deve reunir-se com os membros da maioria republicana na Câmara dos Deputados, em busca de um acordo para reduzir o endividamento do Governo Federal, embora a prioridade deva ser concordar com um aumento do limite da dívida contraída pelo governo, para evitar a inadimplência. No mesmo dia, Obama se deslocará para El Paso, Texas, na fronteira com o México, de onde fará um pronunciamento sobre a reforma imigratória que busca a regularização de quase 11 milhões de pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, em maioria latinos. A barreira republicana impediu o presidente de avançar nessa iniciativa no Congresso nos seus primeiros dois anos de governo, mesmo contando com uma maioria de democratas em ambas as ocasiões. Agora, ele conta apenas com maioria no Senado, de onde em dezembro do ano passado fracassou o "Dream Act", que buscava legalizar centenas de milhares de jovens que vivem ilegalmente no país para que estes pudessem estudar e se alistar no exército. Na sexta-feira passada, diante dos soldados do Fort Campbell (no centro-oeste de Kentucky), Obama havia tentado vincular a operação contra Bin Laden e os assuntos de política interna, ao otimismo em relação à retomada de crescimento da economia americana. "Saímos da pior recessão desde a Grande Depressão dos anos 30 e, mesmo que ainda não tenhamos nos reestabelecido completamente, a essência dos Estados Unidos e os valores que nos definem há 200 anos, sobrevivem e estão mais sólidos do que nunca", afirmou.