Colômbia pede apoio da comunidade mundial na luta contra as drogas

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, fez um chamado nesta segunda-feira à comunidade internacional para que partilhe maior responsabilidade na luta contra o narcotráfico, ao mesmo tempo em que destacou os resultados obtidos por seu país nos últimos 15 anos.

"Quero pedir a contribuição da comunidade internacional porque a Colômbia não pode lutar sozinha", disse Santos, numa intervenção pública, ao final de uma reunião do Conselho de Segurança da região de Guaviare, una zona de selva do sul do país. A ideia será apresentada formalmente nesta terça-feira, em Paris, pelo ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, na reunião do G8 sobre a rota transatlântica da cocaína. O presidente afirmou que o governo colombiano "seguirá combatendo todas as cadeias do narcotráfico", mas advertiu para o fato de que "deve ser uma luta global". Por isso, convidou a comunidade internacional a continuar ajudando a Colômbia, fortalecendo sua colaboração, "porque o flagelo do narcotráfico começa a ter efeitos nefastos em outras partes do mundo". Santos citou como exemplo o Guaviare, região que chegou a ter 24.000 hectares semeados de coca (matéria-prima da cocaína); calcula-se que, atualmente, existam 6.000 hectares, graças aos programas de fumigação aérea e de erradicação manual. Segundo o presidente, nos últimos 15 anos foram erradicados na Colômbia mais de dois milhões de hectares de cultivos ilícitos. Com isso, afirmou, "evitamos a produção de 9.200 toneladas de cocaína", e "313 bilhões de dólares deixaram de entrar no crime internacional". Além disso, "foram apreendidas 5.000 toneladas de folha de coca e 2.000 toneladas de maconha, além de destruídos 12.665 laboratórios, com a captura de 632.570 traficantes, entre eles 2.000 estrangeiros", acrescentou. Santos citou um informe preliminar do Escritório da ONU contra a Droga e o Crime (UNODC) assinalando que, em 2010, foram registrados 59.000 hectares de coca cultivadas na Colombia, 9.000 a menos que em 2009.