O presidente equatoriano Rafael Correa supostamente solicitou e aceitou financiamento das Farc durante a campanha eleitoral de 2006, afirma o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) em um relatório elaborado a partir do material apreendido com o ex-líder rebelde Raúl Reyes.
"Os arquivos e outras fontes sugerem coletivamente que Correa solicitou pessoalmente e aceitou fundos ilegais das Farc em sua primeira campanha eleitoral em 2006, e que o respaldo político e financeiro da guerrilha desempenharam um papel ao garantir a vitória", destaca o texto do instituto britânico
Para a guerrilha colombiana, a chegada de Correa ao poder representou "o clímax de anos de esforços crescentes para infiltrar-se no território e na política equatorianos", afirma o 'think tank', cujos especialistas analisaram durante dois anos o material apreendido no acampamento das Farc no qual foi morto o ex-número dois do grupo, em março de 2008, após um ataque colombiano em território equatoriano.
O informe destaca, no entanto, que as Farc nunca gozaram no Equador de um respaldo oficial comparável ao que tinham na Venezuela. "O uso do território equatoriano pelo grupo nunca recebeu autorização oficial", afirma o IISS.
Para o IISS, uma das coisas que os arquivos de Reyes demonstram são as dificuldades que as incursões das Farc em território equatoriano representam tanto para o governo de Quito como para o de Bogotá.
Junto com Reyes morreram outras 24 pessoas, entre elas quatro mexicanos e um equatoriano, o que levou Correa a romper relações diplomáticas com a Colômbia, antes da retomada no fim de 2010, meses depois de Juan Manuel Santos ter sucedido Álvaro Uribe na presidência.