O presidente chileno, Sabastián Piñera, anunciou que não participará dos festejos do Bicentenário da Independência do Paraguai e que seu país será representado no evento pelo ministro de Relações Exteriores, Alfredo Moreno.
A razão divulgada pelo governo é que Piñera estaria com a agenda muito carregada por causa da proximidade do discurso de 21 de maio, ocasião em que o mandatário chileno deve expor à população seus principais objetivos e realizações no último ano em um discurso no Congresso.
A oposição chilena, no entanto, acredita que a falta de Piñera no evento, que ocorrerá entre os dias 14 e 15 de maio, se deva à presença já confirmada do presidente peruano, Alan García, em Assunção.
O senador chileno Jorge Pizarro disse, em entrevista a rádio chilena Cooperativa, que seria "péssimo" se a real razão da falta de seu presidente se desse por conta da presença de García.
"Não somente é de mau gosto, como reflete uma fraqueza", disse o senador. Para ele, "seria um erro ou uma falta de delicadeza com o povo paraguaio, o que é imperdoável".
Outro agravante na situação é o fato do chefe de Estado paraguaio, Fernando Lugo, ter comparecido na celebração do Bicentenário da Independência chileno, em setembro de 2010, mesmo em meio a um tratamento contra um câncer linfático.
Senadores governistas negam a versão divulgada pela oposição. Segundo o presidente do partido de direita União Democrática Independente (UDI), Juan Antonio Coloma, "as viagens internacionais acontecem em função dos interesses do país", e não da presença ou falta dos demais mandatários.
Ainda segundo Coloma, apesar de García ter sido "o presidente peruano mais hostil com o Chile nos últimos anos", isso não é motivo para deixar de comparecer a um evento.
Em janeiro de 2008, o Peru apresentou uma demanda à Corte Internacional, em Haia, para fixar a delimitação com o Chile, mas o país defende que os tratados pesqueiros já servem como acordos de fronteiras marítimas, causando um conflito entre as duas nações.