Os Estados Unidos pediram um acordo entre a oposição para evitar a chegada de Rafael Correa à Presidência do Equador em 2006, segundo um documento diplomático americano divulgado nesta quarta-feira pelo jornal El Comercio.
O relatório elaborado no dia 31 de outubro de 2006 pela embaixada americana em Quito indica que a chefe dessa representação, Linda Jewell, reuniu-se um dia antes com o ex-presidente Lucio Gutiérrez para "ver a possibilidade de um potencial apoio" de seu partido Sociedade Patriótica (SP) ao candidato direitista Alvaro Noboa.
"Gutiérrez poderia proteger este legado ajudando Noboa a consolidar sua liderança nas pesquisas e romper o círculo de instabilidade política que causou a sua própria queda, trabalhando juntos no novo Congresso", acrescentou Jewell.
O empresário agrícola havia vencido o primeiro turno das eleições presidenciais no dia 15 de outubro de 2006 derrotando o socialista Correa, que se recuperou no segundo turno e saiu vencedor no dia 26 de novembro.
Outro diplomata americano citado apontou que Gutiérrez poderia dar uma "enorme contribuição para ajudar a enfrentar a retórica de Correa e educar os eleitores sobre os benefícios" de um Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, rejeitado pelo atual chefe de Estado.
No entanto, a aliança entre Gutiérrez e Noboa não deu certo devido à rejeição deste em aceitar um "compromisso" do ex-mandatário de "punir" os responsáveis pela sua queda, principalmente Alfredo Palacio, seu vice-presidente que assumiu o poder após a revolta, de acordo com o relatório.