O candidato à presidência peruana, Ollanta Humala, suspendeu na última hora a viagem que tinha previsto fazer ao Brasil nas próximas horas para se reunir na quinta-feira com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse à AFP Javier Diez Canseco, congressista eleito simpatizante de Humala.
"Suspendeu-se a viagem por razões de campanha eleitoral", informou Diez Canseco, dirigente veterano de esquerda, que foi reeleito para o Parlamento.
O motivo da surpreendente decisão obedece à urgência "de priorizar a campanha na reta final e atender às regiões onde o candidato quer consolidar seu apoio popular" diante da adversária, Keiko Fujimori, com vistas à eleição de 5 de junho, na qual disputarão a Presidência peruana.
Mais cedo, o próprio Diez Canseco anunciou a visita de Humala.
"Foi um convite da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva) para fazer contato com o candidato Ollanta Humala e poder conversar sobre assuntos de política internacional do momento", disse Diez-Canseco.
O congressista eleito disse que "se trata de uma viagem de menos de 24 horas".
A viagem de Humala, dez dias antes das eleições, ocorreria em um momento em que o candidato, de 49 anos, tem desvantagem de 2 a 7 pontos para sua adversária direitista, Keiko Fujimori, de acordo com as últimas pesquisas de opinião.
Um dos problemas de Humala na campanha é que seu nome é vinculado ao do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que gera repúdio no Peru. Ao contrário, Humala, tem apontado que seu projeto político está mais próximo do de Lula.
Em abril passado, antes do primeiro turno eleitoral, vencido por Humala, os meios de comunicação peruanos destacaram que o candidato era assessorado por Luis Favre e Valdemar Garreta, integrantes do PT (Partido dos Trabalhadores).