A Espanha avalia pedir indenização à Alemanha para ressarcir seus agricultores dos prejuízos causados com a divulgação de notícias, as quais considerada sem fundamento, que relacionavam a produção de pepinos espanhóis com a morte de 16 pessoas na Alemanha, disse nesta terça-feira, na Cidade do México, a chanceler Trinidad Jiménez. A Espanha avaliará primeiro os danos, definindo, em seguida, se está "em condições de pedir indenização à Comissão da União Europeia para contra-atacar os danos pecuniários sofridos por nossos produtores", disse a chanceler espanhola em entrevista à imprensa durante visita de trabalho ao México.
A declaração foi feita horas depois de o governo alemão admitir dúvidas sobre se o foco da bactéria E.coli, que causou as mortes, deva-se a legumes importados da Espanha, como haviam dado a entender funcionários de Hamburgo. "As exportações agrícolas da Espanha desde a semana passada a países da União Europeia movimentam 200 milhões de euros pelo que as acusações nos trazem grande prejuízo", destacou Jiménez, uma vez que as suspeitas provocaram "o fechamento das fronteiras europeias a nossos produtos". Agora, "o mais importante, é determinar a origem da infecção", destacou. Jiménez recordou que a Espanha, "desde o primeiro momento, pediu à Comissão da União Europeia cautela na hora de apontar um país ou outro como responsável pela bactéria". Sempre dissemos "que era preciso esperar as análises pertinentes para ver se a causa da infecção havia se produzido na origem ou no traslado dos legumes", acrescentou. A chanceler Jiménez reuniu-se com o presidente Felipe Calderón e, amanhã, se encontrará com o ministro mexicano da Economia, Bruno Ferrari, finalizando a agenda de dois dias. Na coletiva de imprensa, Jiménez reiterou que a Espanha apoiará a candidatura do presidente do Banco do México, Agustín Carsten, para dirigir o Fundo Monetário Internacional (FMI), por seu compromisso com os países da América Latina, apesar de admitir que a Espanha deseja que o cargo fique com a francesa Christine Lagarde. "A Espanha logicamente vai apoiar a candidatura mexicana", porque divide com países da América Central e Caribe a cadeira na comissão executiva do FMI e o "voto tem de ser indivisível", explicou.