A cepa da letal bactéria E.coli, que matou 18 pessoas na Europa, a maioria na Alemanha, é "muito rara" e até agora não havia provocado nenhum surto infeccioso, informou nesta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"A cepa, isolada nos casos do surto infeccioso na Alemanha, nunca tinha sido vista antes em um surto antes", anunciou o porta-voz da OMS em Genebra, Gregory Hartl.
"Foi vista em casos esporádicos, mas muito raros", acrescentou.
A OMS desmentiu, assim, os resultados de um estudo publicado por cientistas da Universidade de Hamburgo-Eppendorf e da empresa chinesa de biotecnologia BGI-Senzhen, segundo a qual a cepa era "totalmente nova", embora ambos coincidam em qualificar a bactéria como "supertóxica".
Em pouco mais de duas semanas, o número de pessoas contaminadas pela bactéria E.coli aumentou rapidamente na Alemanha, particularmente na região de Hamburgo (norte) e em um ritmo ainda mais acelerado nos últimos dias.
Foram registrados casos em vários países europeus e inclusive nos Estados Unidos, sempre de pessoas que estiveram recentemente na Alemanha.
A doença, cujo período de incubação é de 10 dias, se manifesta por fortes hemorragias no aparelho digestivo e, em casos mais graves, por disfunções renais (Síndrome Hemotílica-urêmica, SHU).
O Centro Europeu de Prevenção de Doenças (ECDC) confirmou na quinta-feira a identificação da bactéria que está semeando pânico e discórdia na Europa.
Trata-se de uma cepa rara da bactéria Escherichia coli, "0104:H4 (Stx2-positiva, eae-negativa, hly-negativa, ESBL, aat, aggR, aap)".
No entanto, a causa da contaminação ainda não foi determinada, uma vez que se descartou a pista dos pepinos espanhóis.
A busca se desenha complicada, visto que os cientistas investigam um longo espectro de alimentos, de verduras, consumidas em grande quantidade nesta época, a carnes e frutas.
A Rússia anunciou, nesta quinta-feira, um embargo total sobre as importações de verduras frescas procedentes de países da União Europeia, uma medida considerada "desproporcional" por Bruxelas, que pretende pedir explicações a Moscou.