O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, parabenizou o povo peruano pelo segundo turno "pacífico" e "transparente" das eleições presidenciais do último domingo. "Saúdo todo o povo peruano, ator principal de um ato eleitoral transparente e pacífico, ainda com o grande debate que o precedeu", colocou em um comunicado divulgado ontem em Washington, sede da organização. Ele manifestou ainda a "permanente disposição" da OEA na "cooperação com o Peru". "Desejamos para peruanas e peruanos nesta etapa de sua construção democrática o maior dos êxitos", assinalou o secretário-geral. De acordo com a Missão de Observação Eleitoral (MOE) da entidade regional, o processo eleitoral ocorreu de forma pacífica e os eleitores se comportaram de forma tranquila, "apesar do ambiente eleitoral prévio que se caracterizou por uma crescente campanha midiática de temor, o que terminou sendo desmentido pela expressão popular que decidiu em um processo democrático exemplar", descreveu a missão em nota oficial. A MOE, liderada pelo ex-chanceler argentino Dante Caputo, ressaltou ainda a participação de 84% dos eleitores no pleito, índice considerado alto e que, segundo ele, "ratifica o compromisso de peruanas e peruanos com a democracia". O presidente eleito, o nacionalista Ollanta Humala, recebeu ontem mais felicitações pela vitória apertada contra a conservadora Keiko Fujimori, entre elas de autoridades do México e do Equador, que, por meio do chanceler Ricardo Patiño, classificou sua vitória como "esperançadora". A Chancelaria mexicana enviou-lhe um comunicado oficial em nome do presidente Felipe Calderón saudando "ao irmão povo peruano por sua vocação democrática" e pela "exemplar jornada eleitoral", além de indicar a "vontade" de fortalecer as relações diplomáticas com o Peru sob o futuro governo. O "México expressa sua mais ampla vontade de continuar estreitando os históricos laços de cooperação entre ambos os países" nos âmbitos econômico, comercial e cultural, "assim como a integração regional e a grande amizade entre os dois povos", defendeu a diplomacia mexicana. Humala, por sua vez, declarou ontem ao jornal peruano Reforma que pretende estabelecer uma relação com o governo mexicano de "cooperar no tema do narcotráfico em nível policial e político, para evitar que o negócio das drogas continue crescendo tanto na exportação como no consumo". Ele afirmou ainda que pretende entregar um documento sobre o tema a Calderón para debatê-lo. "Hoje em dia temos um acordo importante que assinaram México, Colômbia, Chile e Peru, e nós vamos avaliá-lo", acrescentou. Questionado sobre a aceitação de uma possível ajuda norte-americana na luta contra o narcotráfico, ele se limitou a responder que pretende "melhorar a cooperação" bilateral levando em consideração "o respeito pela soberania nacional". As autoridades de Washington parabenizaram-no ontem pela vitória eleitoral e afirmaram que pretendem "trabalhar produtivamente com a nova administração" em questões como a redução da pobreza, a expansão de oportunidades econômicas, a luta contra o crime organizado, o respeito aos direitos humanos e a preservação do meio ambiente.