Sete crianças foram hospitalizadas na França com infecção por Escherichia coli (E.coli), depois de comerem carne que, segundo fabricantes, pode ter vindo da Alemanha. O grupo, cuja criança mais nova tem apenas 20 meses de idade, ingeriu hambúrgueres descongelados produzidos pela empresa francesa SEB. A companhia revelou que a carne veio de animais abatidos em três países europeus e foi processada na França.
Os casos surgem após um surto de uma cepa virulenta da E.coli, que matou 39 e deixou 3.300 pessoas doentes em 16 países. Quase todas as mortes, exceto uma, ocorreram na Alemanha. A outra vítima foi uma mulher na Suécia, que recentemente havia retornado de uma viagem ao território alemão.
Autoridades disseram que a infecção nas crianças foi causada por uma cepa rara da bactéria e não estava relacionada ao surto na Alemanha. "Há carne da Alemanha, da Bélgica e da Holanda" nos hambúrgueres, informou o executivo-chefe da SEB, Guy Lamorlette. "Há vários fornecedores. Nós teremos que esperar os resultados dos testes para dizer qual está contaminado."
Um porta-voz da Agência Regional de Saúde de Lille, no norte da França, onde seis das crianças foram hospitalizadas ontem, disse: "Elas estão em estado sério, mas não preocupante. Suas vidas não estão em perigo, de modo nenhum." Uma sétima criança foi encaminhada para o hospital hoje, informaram as autoridades.
Os hambúrgueres "Steak Country" foram comprados em unidades do supermercado alemão Lidl na França. A SEB disse ter solicitado o recall dos produtos e a Lidl informou que os recolheu das prateleiras no país.
A autoridade da agência de saúde revelou que as crianças apresentaram diarreia sanguinolenta. O sintoma também atingiu as vítimas do surto na Alemanha, que foi atribuído a brotos de vegetais contaminados. As infecções na França "não tem ligação no momento com a recente epidemia na Alemanha", esclareceu a autoridade.
A Comissão Europeia disse ter sido informada dos casos, mas "a origem da carne ainda não foi confirmada", afirmou Frederic Vincent, porta-voz do comissário de Saúde da União Europeia, John Dalli. "Não há necessidade de comparar com a Alemanha, porque não é a mesma cepa da bactéria E.coli. Essa é diferente, mesmo que seja tão forte quanto", acrescentou Vincent.