Segundo ele, os dados foram reunidos a partir de informações enviadas por entidades ligadas à entidade nas diferentes províncias e a partir dos levantamentos dos cartórios no país.
O Ministério do Interior informou que não tem dados nacionais consolidados. O governo ainda não contabilizou os dados espalhados pelos cartórios provinciais do país.
Detalhes
Paulón disse que, neste período, foi registrado um pedido de divórcio de um casal de lésbicas e que um casal de homens procurou a área jurídica da FALGBT pedindo orientação para anular o casamento.
Ocorreram ainda dois casos de viuvez. Uma mulher da localidade de Azul e um homem que morreu logo após se casar, durante a festa de casamento, no balneário de Mar del Plata, na província de Buenos Aires.
De acordo com a entidade, vinte e cinco crianças "já possuem duas mães ou dois pais" porque já viviam com seu pai ou mãe biológico antes do casamento do mesmo sexo. "Seis casais de homens, aqui da capital argentina, já começaram a reunir os papéis para adotar crianças, mas pela lei argentina a adoção só pode ser autorizada após três anos de casamento", disse Paulón.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado pelo Congresso Nacional, na madrugada do dia 15 de julho, levando casais gays a comemorar nas ruas. Em muitos casos, eles já viviam juntos havia anos, mas queriam oficializar a relação amorosa no cartório.
Foi o que ocorreu, por exemplo, com a uruguaia Ramona Arévalo e a argentina Norma Castillo, as duas de 67 anos, que se casaram após 30 anos de convivência.
Futuro
Agora, as entidades de homossexuais reunidas na FALGBT querem que comece a ser debatida a "lei de identidade de gênero" que permite a mudança de nome e de sexo na certidão de nascimento e no documento de identidade.
A medida é possível no Uruguai, onde a base governista, Frente Ampla, apoiou a união civil entre pessoas do mesmo sexo, aprovada em 2007, mas ainda debate o projeto de casamento gay.
Paulón disse ainda que outro objetivo é a implementação de "políticas públicas" que permitam a "inclusão no mercado de trabalho" de homossexuais e transexuais assumidos.
Desde que a lei foi aprovada na Argentina, com apoio da presidente Cristina Kirchner, passou a ser mais frequente ver casais do mesmo sexo passeando de mãos dadas nos bairros de Buenos Aires. "Somos uma sociedade mais igualitária do que no passado", disse a presidente ao promulgar a lei, em 2010.