Algumas das vítimas do ataque disseram a jornalistas que, ao ouvir que o atirador vestia um uniforme da polícia, decidiram usar a internet em vez de ligar para os serviços de emergência.
Em uma reportagem do jornal Aftesposten, Jorn Overby disse que respondeu aos pedidos de socorro. Uma amiga de Oslo viu as mensagens no Facebook e o avisou, já que ele estava próximo à ilha.
Ele chamou um conhecido e se dirigiu a Utoeya em dois barcos para resgatar jovens que mergulharam na água para escapar dos tiros. Segundo Overby, ele conseguiu salvar cerca de 30 jovens em três viagens, mas teve de deixar outros para trás, já que o atirador disparava contra eles.
"Eu joguei todos os meus coletes salva-vidas na água, esperando que isso pudesse salvar alguns deles", disse ele ao jornal, mesmo temendo que isso não fosse suficiente devido à temperatura fria da água.
Os esforços de resgate de Overby teriam acontecido 35 minutos antes de a polícia chegar ao local.
Críticas
A ex-ministra Anne Holt afirma que a polícia norueguesa tem muitas perguntas a responder em relação à resposta ao ataque na ilha de Utoeya, onde Anders Behring Breivik teria matado 86 pessoas a tiros e ferido dezenas de outras. Ele também assumiu a responsabilidade pela explosão de uma bomba no centro político da capital, Oslo, que deixou sete vítimas, cerca de duas horas antes.
Segundo informações divulgadas na mídia norueguesa, a polícia só soube do massacre na ilha quase uma hora depois de a matança ter começado.
Policiais disseram que a viagem de carro até o lago demorou cerca de 20 minutos e foram necessários aproximadamente outros 20 minutos para que eles achassem um barco apropriado.
Eles teriam optado por dirigir até o lago porque não haveria helicópteros disponíveis. "O atirador matou cerca de uma pessoas por minuto. Se a polícia tivesse chegado meia hora antes 30 vidas poderiam ter sido salvas", disse Holt à BBC.
"É preciso descobrir por que a polícia não foi avisada logo, por que pessoas que viram mensagens no Twitter e no Facebook não reagiram avisando a polícia ou, ainda pior, se a polícia recebeu as mensagens e não reagiu."