Os ataques terroristas na Noruega foram planejados por 18 meses pelo extremista Andres Behring Breivik. Além de ter confessado os crimes, ele organizou um “manifesto” de 1.500 páginas, publicado antes da tragédia, em que afirma pertencer a uma nova Ordem dos Templários, que prega o fundamentalismo católico e teria membros e diversos países da Europa. Enquanto as investigações avançaram, o número de mortes chegou a 93.
Segundo Breivik, a ação vinha sendo planejada desde 2009. O manifesto e um diário dos últimos três meses também estão sendo analisados. No material, o atirador afirma ter o apoio de colaboradores. Intitulado Declaração Europeia de Independência - 2083, o texto tem na capa uma cruz dos templários, símbolo da extinta ordem religiosa e militar da Igreja que participou das Cruzadas.
Breivik diz que a organização foi fundada em Londres, em abril de 2002, por militantes de nove países. A milícia foi batizada de “Novos Pobres Cavaleiros de Cristo”. Segundo ele, o grupo luta pela formação de uma frente de combate na Europa Ocidental nos próximos 20 anos.
Breivik a descreve como “uma organização pan-europeia”, parte do “movimento patriótico nacional dos países da Europa”. “A ordem é uma manifestação inicial da luta, fase um da guerra civil na Europa Ocidental.” Segundo Geir Lippestad, advogado do atirador, ele pretendia que os ataques causassem um “revolução anti-islâmica” no país.
Ainda no documento, Breivik critica o multiculturalismo e a imigração. “Um alvo prioritário é a reunião anual do Partido Trabalhista”, escreveu ele, antecipando o ataque à Ilha de Utoya.