Jornal Estado de Minas

Atirador da Noruega admite que tinha cúmplices

O atirador que matou ao menos 93 pessoas na Noruega admitiu que trabalhava em conjunto com "duas outras células" para combater a "dominação muçulmana". A polícia investiga quem seriam os cúmplices de Andres Behring Breivik.

As declarações foram feitas durante a primeira audiência de Anders Behring Breivik, que assumiu os ataques de sexta-feira. A audiência de 40 minutos ocorreu sem presença do público ou da imprensa.

"O acusado fez declarações hoje que precisam ser investigadas, inclusive de que 'há duas mais células em nossa organização'", disse o juíz Kim Heger em pronunciamento à imprensa após a audiência.

Breivik havia dito anteriormente que agia sozinho. "Apesar do fato de o acusado ter admitido os fatos ocorridos, ele não se declarou culpado." "A corte entende que o acusado acredita que ele precisava cometer estes atos para salvar a Noruega e a Europa ocidental, entre outras coisas, do “marxismo cultural e da dominação muçulmana".

Breivik permanecerá detido isolado de outros presos por pelo menos outras oito semanas, por quatro delas sem acesso a visitas, correspondência ou imprensa.

Meio-irmão

Grupos e familiares das vítimas vinham pedindo que a imprensa boicotasse a aparição, temendo que Breivik a usasse como plataforma para propagar suas opiniões extremistas. De acordo com a lei norueguesa, Breivik pode ser sentenciado a um máximo de 21 anos de prisão. A sentença pode ser estendida se o prisioneiro for considerado uma ameaça à segurança pública. O país observou um minuto de silêncio ao meio-dia (05h00 de Brasília) em memória das vítimas.

Surgiu a informação na segunda-feira de que Trond Berntsen, meio-irmão da princesa norueguesa Mette-Marit, estava entre os 86 mortos no campo de jovens na ilha de Utoeya.

Acredita-se que o tiroteio tenha durado pelo menos 90 minutos. A polícia afirmou que demorou para chegar ao local por não encontrar um barco apropriado e não dispor de helicópteros nas proximidades. Breivik foi preso quando ainda tinha munição consigo. Exames mostram que ele usou balas “dum-dum”, que se fragmentam no corpo das vítimas, com o objetivo aparente de causar maiores danos.

No sul da França, a polícia fez buscas na casa do pai de Breivik, Jens Breivik, mas não comentou sobre a operação. Acredita-se que os dois não mantivessem contato havia anos. Breivik assumou a autoria pela explosão de uma bomba no centro político da capital, Oslo, que deixou sete vítimas e do massacre de jovens em Utoeya, duas horas depois, que resultou em 86 mortes.