O governo da Grã-Bretanha começou a investigar se autoridades britânicas foram cúmplices da tortura de suspeitos de terrorismo durante o regime do presidente da Líbia, Muamar Kadafi. O novo comandante militar de Trípoli (a capital líbia), Abdel Hakim Belhaj, exigiu nesta segunda-feira um pedido de desculpas de britânicos e norte-americanos pela violência cometida por eles.
A exigência de Belhaj se deve à descoberta de documentos que revelam que os dois países foram cúmplices de agressões e torturas durante a gestão Khadafi – que ficou quase 42 anos no poder. “O que me fizeram foi ilegal e merece um pedido de desculpas”, disse Belhaj.
Na Grã-Bretanha, o inquérito vai investigar ligações entre forças de inteligência britânicas e agentes de segurança de Khadafi. A investigação se dedicará a analisar os documentos encontrados recentemente em Trípoli pela organização não governamental Human Rights Watch.
Os documentos indicam que houve colaboração da Grã-Bretanha na captura e transferência de Belhaj e da mulher dele, acusados de terrorismo, para a Líbia. Belhaj contou ter sido torturado e preso injustamente.